Presídios: agentes penitenciários paralisam
Categoria reivindica equiparação salarial com agentes civis. Apenas 30% do efetivo foi mantido
Bárbara Franco
A paralisação de 24 horas nos serviços dos agentes penitenciários nos presídios da Região Metropolitana do Recife (RMR) mudaram a rotina das unidades, ontem. A Polícia Militar de Pernambuco teve que reforçar o policiamento nas áreas com o apoio de 80 policiais para que a segurança nas localidades não ficasse desassistida. O movimento dos servidores penitenciários é mais uma medida para mostrar a indignação da categoria tanto com relação às questões trabalhistas como financeiras. Atualmente, são 828 profissionais que atuam nessa área. Segundo o Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário (Sindasp), seria necessário um implemento de, pelo menos, 20% nesse número.
NO PRESÍDIO de Igarassu, visita aos presos atrasou. PMs reforçaram segurança
Um homem de 32 anos, que preferiu não ter o nome revelado, foi ontem ao Presídio de Igarassu visitar o filho, como todos os domingos de visita. “Fiquei surpreso com a demora para a gente entrar no presídio”, disse. Segundo a tenente da PM, Wedja Costa, o reforço dos 80 policiais militares não foi apenas ontem. “Desde a última quarta-feira, quando ficou acordada essa paralisação dos agentes, o efetivo de policiais foi reforçado e encaminhado para as unidades da Região Metropolitana”, afirmou.
O presidente do Sindasp, Nivaldo de Oliveira Júnior, disse que na última assembleia realizada na quarta-feira passada, foi decidido que apenas os serviços essenciais seriam feitos. “É realizado apenas cumprimento de alvará de soltura, mandado de prisão e recolhimento e socorros e emergências”. Ainda segundo o presidente, apenas 30% do efetivo dos agentes penitenciários continua mantido.
A atual reivindicação dos agentes penitenciários se dá porque existe uma vinculação com da categoria com o Estatuto do policial civil, mas não os mesmos direitos. O salário-base de um policial civil é de R$ 2.440, enquanto o do agente penitenciário é de R$ 1.400. Até o fechamento desta edição, reportagem da Folha tentou entrar em contato com o Superintendente de Segurança Penitenciária da Secretaria de Ressocialização (Seres), coronel Francisco Duarte, mas não houve retorno. Hoje, integrantes do Sindasp se reúnem com o secretário executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto, e, amanhã, às 10h, a categoria tem encontro marcado em frente à Seres.
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