JOSÉ ACCIOLY
A Polícia Civil descobriu, na madrugada do último sábado, uma casa no bairro da Mustardinha, no Recife, usada como depósito para medicamentos desviados pela mesma quadrilha desarticulada pela Polícia Federal na última quinta-feira. Cerca de 2,7 mil unidades de remédios e materiais hospitalares estavam nos fundos da residência de número 107-B, localizada na rua Adolfo Taquis. Alguns dos produtos apreendidos, como anticoagulantes e anti-inflamatórios, são de uso exclusivo de hospitais e outros têm a venda controlada pelo Ministério da Saúde. Além disso, 18 talões com 50 folhas de notas fiscais foram recolhidos. Ninguém foi preso.
De acordo com a titular da Delegacia da Mustardinha, a delegada Genezil Coelho, o local estava sendo investigado há cinco dias, depois do distrito policial receber denúncias anônimas. As informações indicavam que o imóvel estaria sendo utilizando como depósito de medicamentos. “Neste mesmo dia, a PM estava em operação na região e aproveitamos o efetivo para confirmar o fato. Os produtos estavam num quarto, nos fundos da casa”.
Genezil Coelho informou ainda que uma testemunha reconheceu um dos integrantes da quadrilha presa pela PF como o locatário da residência. O imóvel estava alugado há três meses. “Mostramos a foto dele e essa pessoa confirmou. Precisávamos agir com rapidez, pois havia informações de que eles poderiam remover o material para outro lugar”, completou a delegada.
O material apreendido seguirá para a Polícia Federal e deverá ser analisado nos próximos dias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Agência Pernambucana de Vigilância Ambiental (Apevisa), além da PF. Segundo o chefe de Comunicação da PF, Giovani Santoro, os produtos poderão ser entregues as unidades de saúde. “Dependendo das condições de uso, os medicamentos poderão ser devolvidos aos hospitais de origem. Tudo depende do resultado da análise”, comunicou.
OPERAÇÃO DESVIO
Na última quinta-feira, a PF prendou dez pessoas durante operação que apreendeu milhares de medicamentos desviados de unidades mantidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os produtos estavam distribuídos em 74 locais e eram vendidos para farmácias, clínicas, e hospitais particulares do Recife, Olinda, Paulista, Camaragibe e São Lourenço. A quadrilha envolvia técnicos de enfermagem, maqueiros e auxiliares gerais do Procape, da Farmácia do Estado e dos hospitais das Clínicas, da Restauração, Otávio de Freitas, Oswaldo Cruz e Getúlio Vargas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário