Jovem é morto ao tentar assaltar policial militar
Abordagem aconteceu no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda
PRISCILLA AGUIAR
Vício pelo crack levou Pedro Henrique à clínica, prisão e morte, aos 25 anos
Um jovem de classe média foi morto ontem ao tentar assaltar um policial militar. A abordagem aconteceu por volta das 20h15, quando o soldado de 43 anos, lotado na Casa Militar, estacionou o carro no prédio em que mora no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda. Pedro Henrique Cavalcanti Siqueira, 25, estava com uma arma conhecida como garrucha, enferrujada e sem munição. Os familiares afirmaram que, apesar de ter estudado em colégios tradicionais da cidade, ele tornou-se usuário de crack aos 18 anos e, desde então, passou por uma clínica de reabilitação e foi preso por porte ilegal de arma. Atualmente, ele estava em liberdade condicional, segundo informou sua tia Tereza Medeiros.
O militar pediu para não ser identificado, mas contou que tudo aconteceu muito rápido. “Eu pedi para a minha esposa jogar uma flanela para enxugar o carro e estava fechando o portão do prédio quando ele apareceu, com o tênis na mão, e já foi mostrando a arma. Ele colocou a arma nas minhas costas e disse que queria a carteira, o celular e que iria levar o carro. Quando eu abaixei pra pegar a carteira a arma estava na porta do carro. Ele percebeu, apontou a arma pra mim e eu atirei três vezes”, lembrou.
Após os disparos, ele levou a esposa e a filha para a casa do cunhado e ligou para o superior, que o acompanhou até o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). “Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, mas quem trabalha na polícia faz um juramento de que vai proteger a sociedade com a própria vida, mas também somos humanos. Eu posso dizer que encerrei uma vida, que foi a dele, mas fiquei com a minha vida marcada pelo acontecimento”, salientou o militar, que faz parte da corporação há 24 anos.
De acordo com o delegado Igor Leite, do DHPP, foi instaurado um inquérito e o militar liberado. “Ele se apresentou espontaneamente e ficou constatado que agiu em legítima defesa”, frisou. No local, amigos de infância diziam não acreditar. “Eu cresci com ele, era um menino de família”, disse uma amiga. A família, no entanto, parecia conformada. “A mãe vivia desesperada, esperando a qualquer momento essa notícia. Ele estava fora de casa há um mês e há dois dias ele foi na casa da mãe, revirou tudo e, como não encontrou dinheiro, levou a televisão e um aparelho de DVD. O pai registrou queixa”, afirmou a tia, Tereza Medeiros.
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