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sábado, 15 de maio de 2010

Não há milícias no Presídio Aníbal Bruno, Quem inventou esta mentira?

Secretário diz que não há milícias
Segundo Humberto Viana, o que houve foi uma disputa entre facções rivais
BRUNO BASTOS

O secretário de Ressocialização do Estado, coronel Humberto Viana, explicou, ontem, em coletiva, que a briga ocorrida no Aníbal Bruno, na quinta-feira à noite foi provocada por uma disputa entre facções rivais de detentos, mas descartou a existência de “milícias” dentro da unidade prisional. Segundo ele contabilizou, três reclusos morreram e outros 21 ficaram feridos no “tumulto”, como classificou Viana. Desse total, 12 seguem hospitalizados, enquanto os outros voltaram ao presídio. “Essas rixas são trazidas de fora da cadeia e se repetem aqui dentro. Já estamos tomando providências, entre elas a transferência de 32 presos para outros presídios, a fim de evitar novos conflitos”, garantiu o secretário. Ele também afirmou que já dispõe de gravações de câmeras instaladas dentro do Aníbal que mostram “seis disparos” de arma de fogo que teriam sido feitos pelos próprios apenados.

“Vamos enviar esse material à Polícia Civil para ser periciado. Com esse registro vamos investigar se os tiros foram efetuados apenas pelos internos ou também pelo Batalhão de Choque”, acrescentou. Humberto Viana admitiu que os homens do Batalhão de Choque, além de balas de borracha, usaram munição convencional “em resposta” aos disparos dos presos. “Portanto não posso descartar que algum detento tenha sido ferido por tiros da polícia”, afirmou.

Do lado de fora do presídio, segue a vigília dos familiares dos detentos. Uma dona de casa de 33 anos, que não quis se identificar por medo de represálias ao marido preso, contou que os parentes não foram informados de nada que acontecia dentro da unidade. “Na quarta-feira eu tentei visitar meu marido, mas não consegui. Um mensageiro me trouxe um bilhete dele, dizendo que os presos estavam sendo agredidos lá dentro”, denunciou a mulher.

Dois presos, que preferiram não se identificar, entraram em contato com a Folha de Pernambuco e desmentiram a versão da Secretaria de Ressocialização. Eles acusaram a direção do presídio de ter estimulado o confronto. “O sistema penitenciário está implantando a violência aqui dentro para desviar as atenções das obras, onde está sendo tudo desviado”, relataram. O secretário rebateu as críticas afirmando que “vai apurar as denúncias com muito cuidado, porque o Estado não pode ficar refém das vontades dos presos”. As visitas deste final de semana estão garantidas graças a um reforço na segurança dentro da penitenciária.

As obras a que os detentos se referiram incluem a reforma dos 17 pavilhões da unidade e a construção de quase um quilômetro de muralhas, que devem ser dividir o Aníbal Bruno em três até o mês de outubro. Segundo o secretário, cada novo presídio vai ter independência administrativa e equipes de funcionários próprias. A esperança é de que os 3.600 presos que hoje superlotam o presídio tenham melhores condições com o desmembramento da unidade. A realocação dessas pessoas vai ser feita, segundo Viana, de acordo com uma classificação de risco, separando os presos de baixa, média e alta periculosidade.

Também está prevista para outubro a conclusão do curso de agente penitenciário, que vair formar 500 novos servidores aprovados no concurso deste ano. “Esses agentes vão reforçar a segurança no Aníbal Bruno e permitir que acabemos com a figura do chaveiro (preso que fica com as chaves das celas) dentro dos pavilhões”, ressaltou o secretário. Essa troca deve acontecer, segundo ele, até o fim do ano, em conjunto com a conclusão das obras.

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