Polícia fecha fábrica de munições em Caruaru
Proprietário foi preso. Ele negou que fabricava o material
Renata Coutinho
Uma fábrica clandestina de munições foi descoberta pela Polícia Militar, ontem, em Caruaru. No local, no bairro do Divinopólis, havia mais de 120 quilos de pólvora, além de várias outras matérias primas para a produção de artefatos. Duas pessoas que trabalhavam no prédio foram presas em flagrante. O dono do fabrico também foi preso. O estabelecimento funcionava camuflado como empresa de garrafas plásticas.
Gonzaga Rui da Silva, 24 anos, e Ivanildo Leite de Carvalho, 55, negaram saber da atividade ilícita, mas logo depois confessaram o crime. Os dois empregados indicaram quem seria o dono do estabelecimento e o local onde ele poderia ser encontrado. O proprietário Antônio Francisco de Almeida, 66, foi detido em casa. Os três foram encaminhados para a Delegacia Regional de Caruaru. “Segundo o proprietário, a fábrica funcionava há seis meses, mas pelo movimento de caixa acreditamos que funcionava há mais tempo”, contou o delegado Rodolfo Bacelar. Em depoimento, os acusados apontaram um depósito na cidade de São Caetano. No galpão, dois funcionários foram detidos com armas e liberados em seguida após pagar fiança.
Antônio de Almeida alegou que só fabricava espoletas para as armas e negou que produzia munições, apesar de terem sido encontradas diversos cartuchos vazios. “Acredito que ele enchia as cápsulas para a venda”, comentou Bacelar. Foram apreendidos durante a operação policial duas mil e 700 caixas de espoleta, mais de 500 recipientes de pólvora, 120 quilos de pólvora, 480 quilos de chumbo, 100 quilos de grafite, 40 rolos de latão, diversas munições de calibres diferentes, maquinário para a produção de balas e três armas. Todo o material que servia de matéria prima foi conseguido fora do Estado. “Eles contaram que compravam de um fornecedor de Campina Grande, na Paraíba, e vendiam para os estados do Piauí e Maranhão”, revelou o delegado.
Rodolfo Bacelar chamou a atenção para o perigo que esta produção irregular representava para a população. “A fábrica funcionava em uma rua residencial e poderia ter acontecido um fato mais grave como um explosão”, frisou. O delegado informou que um grave acidente foi registrado no mês de abril no depósito de São Caetano, deixado um empregado morto. Os três presos foram encaminhados a Penitenciaria Juiz Plácido. Todos responderão por comércio ilegal de armamentos e artefatos. O proprietário também pode ser enquadrado por falsificação.
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