Militar é preso após fazer disparos em via pública
Sub-tenente do Exército de 42 anos quis sair de um restaurante sem pagar a conta
JOSÉ ACCIOLY E VANESSA ARAÚJO
Bebida, agressões, tiros e um militar do Exército preso. O sub-tenente das Forças Armadas, Francisco Rodrigues Silva, de 42 anos, foi detido na noite da última sexta-feira, no bairro da Várzea, após tentar sair do restaurante Brazzetus, que fica na esquina da rua Professor Antônio Coelho com a avenida Caxangá, no bairro da Cidade Universitária, sem pagar a conta e fazer vários disparos em via pública. Por sorte, nenhum tiro atingiu vítimas. Ele foi ao estabelecimento e pediu duas cervejas. Quando chegou a conta, no valor de R$ 6,90, negou-se a pagar. Esse foi o motivo da confusão. Ele é lotado no 5º Centro de Telemática de Área (CTA), no Curado, Recife, e está na corporação há 21 anos.
Segundo informações da Polícia Civil (PC), o acusado informou que passou toda a tarde da sexta-feira bebendo em vários bares no bairro e estava sem dinheiro, sem ter condições de pagar a conta. O gerente do restaurante, Fernando José da Silva, e o proprietário Josinaldo Lopes da Silva, argumentaram que ele deveria quitar o débito para deixar o estabelecimento, mas o militar exautou-se e puxou a arma, ameaçando atirar dentro do estabelecimento. O clima esquentou e, em seguida, iniciou uma série de agressões por parte do acusado contra as duas vítimas. Funcionários da empresa envolveram-se na confusão e conseguiram expulsar Francisco Rodrigues do local. As testemunhas contaram à polícia que o sub-tenente chegou embriagado no bar.
Do lado de fora do restaurante, na rua, o acusado, então, pegou o revólver calibre 38 e disparou cinco vezes em via pública para o alto, pondo em risco a vida de outros clientes e pedestres que passavam pelo local no momento. Segundo o delegado de plantão do Prado, onde o caso foi registrado, Ariosto Esteves, o gesto do acusado foi para intimidar as pessoas. “Após acabar as munições, ele tentou fugir e os moradores saíram em perseguição. A PM foi acionada e conseguiu capturá-lo”, disse.
O revólver, que está registrado em nome do acusado, foi apreendido pela polícia. O acusado possui porte legal de arma. “Durante o depoimento, ele ainda estava bastante embriagado e nem se lembrava quantos tiros havia efetuado ao sair do bar”, acrescentou o delegado. Francisco Rodrigues não quis prestar declarações à reportagem da Folha . A Polícia Militar do Exército foi acionada e conduziu o suspeito até o quartel do 5º CTA, onde deverá receber punição e responder um processo administrativo. Além disso, ele foi autuado por disparo de arma de fogo, com o agravante de pertencer às Forças Armadas, o que eleva a pena, se condenado, para quatro a seis anos de reclusão.
Segundo informações repassadas pela assessoria do Comando Militar do Nordeste (CMNE), o sub-oficial ficará detido no 5º CTA, aguardando processo judicial. Ele será julgado pela Justiça comum e, dependendo da análise decorrente do processo administrativo, pela Justiça Militar também. O proprietário do estabelecimento negou que tivesse havido confusão no lugar. “Não houve nada por aqui, a confusão foi do lado de fora. Ele estava embriagado e deu alguns tiros para cima no meio da rua e o pessoal se assustou”, comentou.
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