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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Corrida comemora Dia da Prostituta (Onde vamos Parar?)

Corrida comemora Dia da Prostituta
Homens com calcinhas na cabeça percorreram dois quilômetros na Paraíba

SÃO PAULO (Folhapress) - Não é todo dia que se vê cem marmanjos correndo pela rua com calcinhas na cabeça. Em João Pessoa, dá para presenciar uma cena como esta pelo menos uma vez por ano. É a “corrida de calcinhas”, promovida todo dia 2 de junho em comemoração ao Dia Internacional da Prostituta. Anteontem, o evento esteve em sua quarta edição - “um sucesso”, segundo a presidente da Associação das Prostitutas da Paraíba, Luza Maria. De acordo com a organização do evento, 250 pessoas percorreram o trajeto, de quase dois quilômetros. E por que a calcinha vai na cabeça? “Se a gente saísse correndo de calcinha, ia ter problema”, disse. “Ia presa”.

A corrida faz parte de uma série de festejos em comemoração ao Dia da Prostituta, promovidos também pela prefeitura de João Pessoa desde 2005. Segundo a secretária municipal de políticas públicas para mulheres, Nézia Gomes, a ideia é aproximar a população das prostitutas e mostrar que, independentemente da profissão, elas são “mulheres como todas as outras e precisam ser respeitadas”. Quase todos os demais eventos da programação, como exposições e shows musicais, são abertos à comunidade. A exceção é um desfile de lingeries, protagonizado pelas próprias prostitutas. Este ocorreu à meia-noite e era só para maiores de idade.

A maioria das celebrações ocorreu na rua da Areia, famosa por reunir 14 bordéis em apenas quatro quarteirões. “Queremos que o pessoal conheça de perto (nossa realidade) para tirar essa visão de que prostituta é coisa ruim, é marginal”, disse Luza. Apesar de o evento atrair, segundo Luza, famílias, ainda assim desperta controvérsias. No ano passado, a vereadora e evangélica Eliza Virgínia (PPS) condenou, em plenário, a festa, classificada por ela como um incentivo à prostituição. As prostitutas, disse a vereadora, são escravas do sexo.

Neste ano, afirmou “não tirar uma vírgula” de seu discurso. “Se o governo aceitar (este evento), vai estar cruzando os braços e dizendo ‘venda seu corpo que você pode se virar muito bem’”. A prefeitura negou a apologia - pela lei brasileira, prostituição não é crime, mas tirar proveito da atividade ou induzir alguém a esse tipo de trabalho é. “É um evento de cultura”, disse a secretária Nézia Gomes.

Na edição deste ano, o vencedor da corrida (bicampeão, já que também ganhou a do ano passado) levou para casa um bode. Na cabeça, usava uma calcinha branca - bem menos ousada do que o ganhador do prêmio de melhor fantasia, que vestia uma estampada com personagens de desenhos animados. O segundo e o terceiro lugar ganharam, respectivamente, três galinhas e uma corda de caranguejos.
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