Segundo a PC, o policial havia impedido um dos assaltos do grupo
BRUNO BASTOS
Quatro integrantes de uma quadrilha foram presos na manhã de ontem acusados de matar o comissário Jerônimo Pereira na última sexta-feira, em Rio Doce, Olinda. A investigação trabalha agora com a hipótese de vingança por parte de Josafá Nunes de Oliveira, o Beiço, que atirou no policial. “Temos a informação de que esse grupo, chefiado por Beiço, traficava drogas e fazia assaltos na área. Há pouco tempo o comissário impediu um desses assaltos e, como forma de retaliação, os criminosos decidiram matar o sobrinho dele. Como ele tentou reagir, foi alvejado”, destacou o delegado do 3° Núcleo de Repressão Qualificada da Polícia Civil, José Renato Gayão.
Entre os detidos também está um adolescente de 16, que abordou o sobrinho do comissário junto com Beiço, Ítalo Luís Leite de Oliveira, 20, e uma menina de 14 anos, que deram cobertura. Um outro integrante, de 17 anos, ainda está sendo procurado. Todos eles foram capturados em uma comunidade conhecida como “Favela da Nápoles”, também em Rio Doce, onde se esconderam no domingo após matarem Jonas Oliveira de Queiroz, que tinha uma dívida de drogas com eles. Uma operação conjunta entre as polícias Civil e Militar foi montada na madrugada de ontem para prender os suspeitos assim que deixassem o esconderijo.
A casa servia como depósito para os traficantes, que guardavam no imóvel dois revólveres calibre 38 com três munições intactas, um cachimbo e pedras de crack, produtos químicos para refino da pasta base de cocaína, um celular e o DVD player do carro roubado do sobrinho da vítima. Este último item permitiu que os acusados fossem reconhecidos como autores do crime e, consequentemente, presos. Como existe a suspeita de que o veículo tenha sido levado para um desmanche, o delegado afirmou que também está buscando o receptador do veículo. Já a arma da vítima, que também estava desaparecida, foi entregue à polícia ontem por um morador, que a recolheu no local do crime.
Os quatro foram levados à sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), onde negaram a participação na morte do comissário. Durante a tarde de ontem eles prestaram depoimento sobre os dois homicídios. Segundo policiais do Grupo de Inteligência do 1° Batalhão de Polícia Militar, eles têm vários inquéritos criminais em aberto por assalto a mão armada, roubo de veículos - incluindo um arrastão em que foram levados cinco carros em Jardim Atlântico -, tráfico de drogas e homicídio.
“Além de indiciá-los por latrocínio contra o comissário, homicídio contra Jonas e formação de quadrilha, eu vou convocar os delegados de Rio Doce e de Peixinhos, onde foram expedidos esses mandados de prisão, para que eles também interroguem os quatro sobre esses crimes”, destacou o delegado Gayão. As testemunhas do assassinato do comissário vão começar a ser ouvidas a partir de hoje no DHPP. Os policiais pretendem obter mais informações sobre o tráfico de drogas na Favela da Nápoles e o paradeiro do quinto membro da quadrilha. Beiço e Ítalo devem ser encaminhados hoje para o Centro de Triagem de Abreu e Lima, enquanto os dois menores de idade vão para a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente.
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