Homicídios caíram 19,9% no Estado
Dados são relativos a julho de 2010. Os últimos 7 meses também foram de redução
Paulo Carvalho Especial para a Folha
DAMÁZIO (E), reunido com a cúpula da SDS, destacou a integração das polícias
De acordo com o levantamento realizado pela Secretaria de Defesa Social (SDS), o número de assassinatos ocorridos no mês de julho de 2010 foi 19,93% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Em números globais, a redução foi de 64 assassinatos, tendo sido registrados 272 homicídios no mês passado. Já nos sete primeiros meses deste ano, quando já foram vitimadas 2.158 pessoas (até dia 2 de agosto), a redução registrada foi 13% em relação ao mesmo período do ano passado, ou 318 homicídios a menos.
Os números foram apresentados, ontem, com exclusividade à Folha de Pernambuco, pelo secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, o comandante geral da polícia militar, Tavares Lira, e o chefe da Polícia Civil, delegado Manoel Carneiro. Os dados positivos obtidos pela Secretaria de Defesa Social (SDS) nos primeiros sete meses de 2010 enfatizam a importância da administração conjunta das polícias pernambucanas empreendida durante a administração do governador Eduardo Campos.
Segundo Damázio, o principal indicador que atesta a eficiência do modelo gestão integrado das polícias (Militar, Civil e Científica) em Pernambuco é representado pela redução significativa nos números de assassinatos, ou na linguagem técnica, dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI).
“Gostaríamos que o número de CVLIs fosse zero, mas para o que encontramos, eu acho que é uma vitória expressiva. Um dos maiores problemas é que os índices anteriores não estavam estacionados. Eles eram crescentes, e cada mês que passava, aumentavam. Foi uma grande luta para conseguir equilibrar e começar uma curva descendente”, afirmou o secretário.
Manoel Carneiro chamou atenção para o papel de vanguarda assumido pelo Estado na área de Segurança Pública. “O grande sucesso na redução nos índices de violência em Pernambuco, sem dúvida nenhuma, passa pela integração das polícias Civil e Militar”.
De acordo com Damázio, outro fator importante para melhoria nos índices de violência é o planejamento operacional voltado para ações preventivas e repressivas, com largo efeito pedagógico. O programa de repressão ao tráfico (Operação Crack), por exemplo, conta com ações de debelação de pontos de drogas, identificação dos traficantes e das respectivas quadrilhas.
Como resultado das ações, apenas em 2010 foram suprimidos 1.856 pontos de venda de drogas e apreendidos mais de 74,2 quilos de crack. Outra ação de destaque, a Operação Malhas da Lei, dedicada a cumprir mandados de prisão, pôs na cadeia, nos sete primeiros meses deste ano, 2.492 pessoas e expediu mais de 2.123 mandados.
Para Damázio, um dos mais difíceis fatores no combate à violência contra a vida é o fator cultural. Crimes de proximidade, cometidos dentro de casa, na vizinhança da vítima ou em bares representam um grande desafio às polícias dado que na maioria das vezes são imprevisíveis e conduzidos por motivo torpe. “Não tem polícia no mundo que evite esse tipo de crime”, explicou.
ÁREA 4
A região que apresentou a maior redução no número de assassinatos foi a Área de Integrada de Segurança (AIS) 4 que compreende 34 bairros e 52 comunidades, entre os quais Várzea, Afogados e Jardim São Paulo. Segundo último censo do IBGE, na AIS 4 habitam aproximadamente 472 mil pessoas.
O número de CVLIs na AIS 4 caiu 42,4% nos seis primeiros meses de 2010, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o delegado Bruno Chacon, da Delegacia Seccional do Prado, e o tenente-coronel Gilmar de Araújo Oliveira, do 12° BPM, responsáveis pela AIS 4, o resultado positivo pode ser creditado à tolerância zero em relação ao uso de drogas.
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