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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tensão no Presídio Aníbal Bruno

Tensão no Aníbal Bruno gera rumores de rebelião
Visitas foram retiradas antes do horário, causando o boato
ALEXANDRE FERREIRA
O Presídio Professor Aníbal Bruno, localizado no Sancho, Zona Oeste do Recife, ainda vive sob clima de tensão, depois de um motim e uma rebelião, ocorridos na semana passada. Cerca de 200 familiares dos presos, em grande parte suas mulheres, reuniram-se na frente do presídio na tarde de ontem, depois do período de visitas, temendo um novo conflito. Segundo as mulheres, a preocupação começou porque elas teriam sido retiradas do local às 15h30, cerca de 30 minutos antes do término das visitas. Pouco tempo depois o boato de rebelião se espalhou. Não adiantou o diretor do Aníbal Bruno, Geraldo Severiano, dizer que estava tudo tranquilo. Ninguém acreditou. O clima piorou depois que uma viatura da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe) entrou no presídio e saiu logo depois.

“Eles estão se matando lá dentro. Estão quebrando tudo e o diretor está mentindo para gente. Falei com o meu marido”, disse uma mulher que não quis se identificar. Geraldo Severiano teve que conversar novamente com os familiares para desmentir o boato, o que não adiantou. Diante da situação, ele convidou a imprensa que estava no local para entrar e verificar o que estava acontecendo dentro do Aníbal. Por volta das 18h, policiais e agentes penitenciários estavam fazendo a contagem dos cerca de 3,5 mil presos e fechando os pavilhões. Nada fugia da rotina diária. Só depois da saída da imprensa é que os familiares começaram a dispersar.

“Está tudo tranquilo. Se estivesse ocorrendo algo eu não esconderia. Uma viatura da Cioe chegou aqui para saber se precisávamos de um reforço e os dispensamos”, comentou o diretor. A rebelião no Aníbal Bruno ocorreu na última quinta-feira e terminou com três detentos mortos e 21 feridos. O problema teria sido ocasionado por causa de uma briga entre grupos rivais. Antes disso, uma briga interna entre detentos do pavilhão J, ocorrida na última terça-feira, gerou um motim. Uma investigação deverá ser aberta para apurar as circunstâncias da rebelião e tentar descobrir quem teria causado as três mortes.

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