PIB pernambucano cresce 12,4% no segundo trimestre
Setor industrial é um dos principais propulsores da economia
AUGUSTO LEITE
Só uma super crise econômica fará com que Pernambuco não cresça em ritmo chinês, como as várias instâncias do Governo repetem por aí. Ao menos os indicadores já são chineses. De acordo com a projeção da Agência Condepe/Fidem divulgada ontem, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado teve um aumento de 12,4% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2009. No semestre, o acumulado corresponde a um acréscimo de 9,9%. A expectativa é de que ao final de 2010 o PIB atinja a casa de dois dígitos.
Os esforços de atração do Estado, constatados no anúncio de novas empresas quase todas as semanas, colocam o segmento industrial como um dos principais propulsores da economia pernambucana. O setor cresceu 17,5% no último trimestre, impulsionado pela indústria de transformação (22%) e pela construção civil (21,2%). O retrato da área de serviços, que subiu 11%, caminha na mesma direção. Foram verificadas altas no comércio (9,9%), transportes (21,2%) e nas atividades imobiliárias (13,7%), indicadores que compõem o PIB de serviços.
“O crescimento está ancorado no mercado imobiliário, além dos investimentos em estradas, barragens e na ferrovia. Tudo isso está ligado diretamente ao consumo”, analisou o diretor Executivo de Estudos, Pesquisas e Estatística da Agência Condepe/Fidem, Maurílio Lima. O comércio autônomo se manteve estável, enquanto o varejista e o atacadista computaram altas de 13,2% e 10,4%, respectivamente. Resultado das ações de órgãos públicos para tirar os trabalhadores do comércio informal e ainda do surgimento de novas oportunidades de emprego.
Para Maurílio Lima, há uma tendência de mudança no comportamento da economia pernambucana, principalmente no que diz respeito ao segmento de serviços, que, hoje, tem um peso de 73%. Segundo o especialista, o “ritmo chinês” também não deve durar muito tempo. “Os investimentos irão alterar esse perfil, embora os serviços continuem a influenciar mais. O crescimento vai acontecer, mas de maneira estabilizada, possivelmente com uma taxa média melhor”, refletiu.
Depois de sofrer uma queda de 4,2% no primeiro trimestre do ano, a agropecuária cresceu 5,8% nos últimos três meses, sempre no intervalo de tempo similar ao de 2009. A produção de cana-de-açúcar, que representa quase 60% do segmento, registrou acréscimo de aproximadamente 8%. Entre os trabalhos agrícolas, apenas a pecuária (-2,1%) caiu, por conta das quedas de produção de bovinos, suínos, aves e leite.
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