Polícia reconstitui a morte de Milena Silva
Estudante, após colisão, ficou presa em carro e foi arrastada
JULIANA ARETAKIS
Mais de uma semana após a morte da estudante Milena Patrícia da Silva, de 23 anos - que foi arrastada por 3,3 quilômetros na BR-101 Norte, no bairro da Guabiraba -, a Polícia Civil realizou no fim da tarde de ontem a reconstituição do crime com a presença dos envolvidos no episódio, além dos familiares da vítima. De acordo com a versão apresentada pelos peritos do Instituto de Criminalística (IC), o condutor do veículo Crossfox prata, o eletricitário Ernane de Carvalho Neres, dirigia a uma velocidade de 90 quilômetros por hora, e não a 60 quilômetros por hora (velocidade máxima permitida neste trecho da via). Segundo os peritos, o eletricitário teria reagido mais rapidamente e evitado a colisão caso conduzisse o veículo na velocidade máxima permitida. O acusado responderá pelo crime de homicídio culposo decorrente de acidente de trânsito e lesão corporal.
Na reconstituição, foi utilizado um decibelímetro, aparelho que mede a intensidade sonora, com o intuito de provar se o acusado tinha possibilidade de ouvir algum tipo de barulho no momento da colisão e os gritos de socorro da vítima. No entanto, o resultado deste teste ainda não foi divulgado. Durante a simulação, foram apresentadas quatros versões: a do condutor da moto, o namorado de Milena, Telmo Henrique Timóteo; a do motorista do Crossfox, a de uma testemunha e a dos peritos do IC.
De acordo com a versão de Telmo Henrique, ele trafegava na faixa esquerda da via quando sua moto foi atingida pelo condutor do Crossfox. Já Ernane, por sua vez, acusa o motoqueiro de ter realizado uma manobra brusca ao ultrapassar um caminhão, que, segundo Telmo, não existia. A testemunha, entretanto, afirma que a moto realizou uma ultrapassagem, porém de forma prudente, e confirma a presença de um caminhão na via. “A versão do kombeiro foi semelhante a de ambos. Essa simulação é importante para subsidiar as investigações e fazermos um melhor juízo de como realmente ocorreu o crime”, relatou o titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, Newson Motta.
Segundo o advogado do eletricitário, Marconi Dias, a versão do condutor da moto é falsa. “O rapaz tenta demonstrar que não deu causa ao acidente para não ter mais um trauma na cabeça”, disse. A simulação teve seu desfecho nas proximidades do Centro de Treinamento do Náutico, de onde a jovem foi socorrida e levada para o Hospital da Restauração, onde faleceu no último 9 de junho.
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