Aníbal passa por outra revista
Varredura na unidade prisional é a quinta em pouco mais de um mês
JOSÉ ACCIOLY
FORAM apreendidas bebidas, drogas e armas artesanais. Material estava em celas
Em pouco mais de um mês, o Presídio Professor Aníbal Bruno (PPAB), em Tejipió, passou pela quinta revista, ontem pela manhã, desde a rebelião que resultou na morte de três detentos, em maio deste ano. Dessa vez, a varredura aconteceu no pavilhão C, onde 400 homens dividem o espaço. Bebidas, drogas e armas artesanais foram recuperados por policiais. O material estava dentro das celas. O trabalho durou, aproximadamente, três horas. Atualmente, o PPAB abriga 3.475 apenados, quando a capacidade é para 1.448 homens.
Foram apreendidos 70 litros de cachaça artesanal, 500 gramas de maconha, guardadas dentro de uma caixa de achocolatado; e aproxidamente dez gramas de um pó branco, que pode ser cocaína. Além disso, policiais recuperaram sete facas, entre industriais e artesanais; dois botijões de gás, um amperímetro, sete barrotes de madeira, oito celulares, nove carregadores. Ainda foram pegos um garfo ciscador e fios de cobre. Participaram da revista 28 soldados BPChoque, oito da Radiopatrulha, dez do CIPcães, dez policiais militares, 17 agentes penitenciários, seis do Cioe e uma viatura do Corpo de Bombeiros.
Segundo o superintendente de Segurança Penitenciária da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), coronel Isaac Wanderley, as contínuas apreensões vêm reduzindo a entrada de materiais ilícitos dentro do presídio. “A gente vê que houve redução bastante acentuada da entrada desses materiais. Essas vistorias são determinações do secretário (Humberto Vianna). Depois dos eventos (dois motins em maio), adotamos, como rotina, as revistas periódicas semanais dentro do presídio”, explicou. Porém, ele reconheceu que armas continuam entrando na unidade prisional, através das muralhas. “Eles jogam as facas e drogas por cima do muro”, disse.
Isaac Wanderley adiantou que a Seres está debatendo com a Secretaria de Defesa Social (SDS) a possibilidade de adotar novos procedimentos de revista para as visitas. Isso porque, segundo ele, parte dos materiais ilícitos entra na unidade prisional por esse canal. “Há dias de visitas que chegamos a receber dez mil pessoas. Esse número é muito grande para revistar, principalmente, porque algumas são mulheres e elas trazem as drogas na parte íntima. Por isso, estamos conversando com os órgãos para ter mais uma opção de revista”, declarou. Por enquanto, não nenhum protocolo definido
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